20 de ago. de 2010

Kierkegaard

Não me lembro quando li pela primeira vez algo desse cara. Mas com certeza foi algo que me marcou pois fui buscando mais informações e acabei querendo muito o livro "O desespero humano". Comprei. E logo comecei a ler. Que cult! É mas apesar da minha grande ânsia de ler o livro parecia cult demais pra mim... eu me esforcei pra ler mas cada parágrafo exigia uma leitura muito pausada e refletiva. Ainda não consegui ler o livro - que é pequeno - mas fiquei com a impressão de que sem ajuda não conseguiria tirar as idéias essênciais. Ou ainda talvez eu estivesse lendo esperando certas coisas que de fato não eram o que ele queria dizer... não sei.
Só sei que hoje encontrei um comentário sobre o Kierkergaar em http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/095/filosofia/tremor-580807.shtml.
Realmente Kierkegaard é alguém especial pra mim, ainda mais depois de conhece-lo melhor com esse texto.
Aqui deixo trechos de destaque pra mim.

"Alguém poderia argumentar: mas, antes de comer a fruta proibida, Adão desconhecia o bem e o mal; como poderia adivinhar que sua escolha traria milênios de desgraça? E é precisamente aí que se encontra a originalidade de Kierkegaard. Para ele, a cada momento de nossas vidas, somos como Adão no Paraíso, com o terrível pomo nas mãos, obrigados a fazer escolhas potencialmente catastróficas – e sem nenhuma força superior que nos guie e coordene, ou que ao menos nos impeça de errar. Distante de Deus, e perante a falência da razão, o homem carece das ferramentas necessárias para se assegurar de que escolhe o caminho certo. A angústia é, precisamente, a consciência dessa liberdade sem freios, sem bordas e sem qualquer segurança – a tontura diante do abismo de possibilidades que se abre diante de nós a cada segundo.

No entanto, Kierkegaard não vê a angústia como uma patologia a ser curada – para ele, meditar sobre nossa sombria companheira de viagem pode ser terapêutico. “Aprender a angustiar-se é uma aventura que todos têm de experimentar”, escreve Kierkegaard. “O homem educado pela angústia chegou ao supremo saber: ele compreende que não pode exigir absolutamente nada da vida; que o horror, o aniquilamento e a perdição moram ao lado, e que o mesmo ocorre com todos os homens”. A sabedoria existencial está em aceitar nossa insegurança como a outra face de nossa liberdade – uma espécie de barganha tácita entre Deus e suas criaturas. Condenado a dar saltos no escuro, o homem tem de assumir plena responsabilidade pelos inevitáveis erros de sua frágil inteligência – lembrando que, a cada segundo, pode enterrar os dentes, por engano ou distração, no fruto fatídico."

"“Se o homem fosse um animal ou um anjo, não sentiria angústia. Mas, sendo uma síntese, angustia-se. E tanto mais sente a angústia, quanto mais humano for"

Kierkegaard faz sentir-me mais humana!

;p

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