13 de dez. de 2010

O Problema do Sofrimento

Um debate entre Bart Ehrman e N. T. Wright. Bart Ehrman escreveu O Problema com Deus (Agir, 2008), enquanto N. T. Wright escreveu O Mal e a Justiça de Deus (Ultimato, 2009).
Traduzido por Eliel Vieira.

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6 de dez. de 2010

A Imagem de Deus e a Frustração do Ateísmo Científico

A Imagem de Deus e a Frustração do Ateísmo Científico
Dezembro 4, 2010 por Eliel Vieira

Autor: J. P. Moreland
Tradução: Eliel Vieira

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Um dos papéis mais importantes de uma cosmovisão é fornecer uma explicação para os fatos e para a realidade, da maneira como ela verdadeiramente é. Na verdade, cabe a uma cosmovisão explicar o que existe e o que não existe, de maneira coerente com os comprometimentos explanatórios centrais desta cosmovisão. Neste sentido, nós podemos considerar uma cosmovisão uma hipótese explicativa.

Das explicações de uma cosmovisão sobre fatos para a teorização científica que objetiva explicar pequenas coisas em nosso dia a dia, todos nós nos engajamos bem de forma apropriada em um raciocínio do tipo “se-então”, ou o que os filósofos chamam de método hipotético-dedutivo: se a lua estivesse em tal e tal lugar, então a maré estaria assim e assado. Mas a maré não está assim, então a lua não pode estar naquele local. Se minha filha não veio direto para casa da escola, ela não teve tempo para arrumar seu quarto. O quarto está uma bagunça, então é provável que ela não veio para casa logo após sua aula terminar. E assim por diante. E se os fatos são da forma como nós deduzimos que eles deveriam ser, dada nossa hipótese, então eles fornecem evidencias convincentes de que nossa hipótese é verdadeira – a melhor explicação para os fatos.

Uma teoria pode explicar muito bem alguns fatos, mas existem fatos recalcitrantes que obstinadamente resistem em ser explicados por uma teoria. Não importa o que o defensor de uma teoria faça, o fato recalcitrante simplesmente se acomoda em seu canto e não é incorporado facilmente à teoria. Neste caso, o fato recalcitrante fornece evidências falsificativas para a teoria e algum nível de confirmação para as teorias rivais.

A Bíblia ensina que os seres humanos foram criados conforme a imagem de Deus (Gn 1:27). Isto implica que existem coisas sobre nossa composição que são da forma como Deus é. No início de suas Institutas à Religião Cristã, João Calvino observa:

Nenhum homem consegue examinar a si mesmo sem imediatamente voltar seus pensamentos para o Deus em quem ele vive e se movimenta; porque é perfeitamente óbvio que os dons que nós temos não podem ter vindo de nós mesmos.


Como portadores da imagem de Deus, os seres humanos têm todos aqueles dons necessários para representar e serem representantes de Deus, realizar as tarefas designadas e exibir a relacionalidade existente colocado ante eles: dons da razão, autodeterminação, ação moral, personalidade, formação relacional, etc. Neste sentido, a imagem de Deus é diretamente fundamentada na natureza ou ontologia de Deus.

A natureza ontológica da imagem de Deus implica, entre outras coisas, que a composição dos seres humanos deve fornecer um conjunto de fatos recalcitrantes para outras cosmovisões. O raciocínio por trás desta afirmação é o seguinte:

1. Se a fé cristã é verdadeira, então certos aspectos deveriam caracterizar os seres humanos.
2. Estes aspectos, de fato, caracterizam os seres humanos.
3. Assim, estes aspectos fornecem um nível de confirmação para a fé cristã. Estes aspectos caracterizam Deus e, além disto, vêm dele. Ele nos fez para que os tivéssemos.

O cristão oferece, então, um desafio para as outras cosmovisões – em particular o naturalismo científico: mostrar que você tem uma explicação melhor para estes aspectos do que a explicação cristã (com sua doutrina da imagem de Deus), ou mostrar que estes aspectos não são na verdade reais, mesmo que eles pareçam ser.

A natureza recalcitrante dos seres humanos para o naturalismo científico já foi largamente observada. Desta forma, o filósofo de Berkley John Searle recentemente observou,

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1 de dez. de 2010

Vida eterna

Texto completo:
http://herdeirosdodeserto.blogspot.com/2010/11/o-que-fazer-para-herdar-vida-eterna.html

Mestre que farei para herdar a vida eterna?

"Acima de qualquer norma, lei ou rito a solidariedade é a via de acesso à vida que se pretende ter significado suficiente para se perpetuar. O interprete da Lei no domínio da letra faz polida a sua ortodoxia. O samaritano ao querer fazer viver o outro versa a ortopraxia. Em nossas modernas unidades administrativas (igrejas) – termo que emprestei do Paulo Brabo – o pensar correto a fé cristã (ortodoxia) só representa algum sentido caso vida eterna seja a expectativa do prêmio de consolo para quem anda apavorado com a possibilidade de um estágio sem fim no inferno depois da morte. Agir no limite do amor na prática da solidariedade (ortopraxia) significa viver na vida eterna, sendo esta não um benéfico pessoal futuro, mas o conhecer a Deus e a Jesus a quem Ele enviou (Jo 17.3), conhecimento capaz de modificar ambientes que imprimem uma cultura de morte e negação do coletivo. A vida eterna não é a vida futura, é a vida presente (F. Varillon). Aquele que crê tem (no grego significa em andamento) a vida eterna.

O conceito e o horizonte da vida eterna, ou, salvação ampliados por Jesus são rigorosamente reduzidos e dicotomizados por quem não se satisfaz em praticar a lei do amor. Vida eterna não é o visto no passaporte que garante lugar na janela, ileso e desobrigado com o restante da espécie, na viagem rumo ao céu. Nem salvação. Vida eterna é um jeito de viver daquele que crê, que cria um ambiente de salvação em redor de si. Vida eterna é um gesto eco-solidário de quem se empenha em transformar o mundo, que se nega a querer para si algo que é negado ao outro. Para quem almeja herdar a vida eterna o gesto requerido é de saimento de si renovando suas condutas em acolhimento ao semelhante. Dedicando ao outro o mesmo que deseja para si. Não se contentando com menos que isso."

Alex Carrari

Lucas 10:25-37