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5 de set. de 2011

Culto de domingo 04/09/11

Hino 275 HCC
"Perdoa-me, Senhor"

Perdoa-me, Senhor, se eu não vivi pra te servir,
se em meu agir o teu amor também não refleti.
Perdoa-me, Senhor,
se em teu caminho não segui,
se falhas cometi,
se tua doce voz não quis ouvir.

Escuta minha oração, Senhor,
desejo aqui viver pra teu louvor;
ensina-me a te ouvir e com amor servir
e os santos passos teus aqui seguir.

Perdoa-me, Senhor, se eu de ti me afastei,
se em meu caminho escuro tua luz não procurei;
perdoa-me, Senhor, se na aflição não te busquei,
se eu não te sondei,
se teu querer pra mim não procurei.

Escuta minha oração, Senhor,
desejo aqui viver pra teu louvor;
ensina-me a voltar e junto a ti estar
e em tua graça sempre confiar.

Perdoa-me, Senhor, se frutos eu não produzi,
se, indiferente a tudo, a missão eu não cumpri;
perdoa-me, Senhor,
se os campos brancos eu não vi,
se só pra mim vivi,
se meus talentos não desenvolvi.

Escuta minha oração, Senhor,
desejo aqui viver pra teu louvor;
ensina-me a agir e meu dever cumprir
e frutos dignos dedicar a ti.

26 de ago. de 2011

25 de Outubro de 2005
O ingrato

Destilado em tóneis de carvalho por Paulo Brabo


Estocado em Família, Fé e Crença

Ocorreu-me apenas recentemente (e já não era sem tempo, refletirão alguns) que sou um patife.

Vivo cercado de gente dotada de maturidade e profundidade emocional: meus pais, minhas irmãs e cunhados, meus amigos. Alguns mais, outros menos (vocês sabem quem vocês são), mas em contraste com qualquer um deles sou como lâmina d’água em parque de monumento: raso e vistoso. Muito marketing e pouco conteúdo.

Numa discussão famosa, o diabo argumentou que Jó era justo somente porque Deus o tinha por favorito e cobria-o de bençãos. Qualquer um seria justo sendo alvo de tantos privilégios, o diabo parecia estar querendo implicar. Pois eu, tendo tudo como Jó, sou patife quando ele era justo.

Em nenhuma outra coisa minha mesquinhez fica mais clara do que no meu trato com as pessoas. Eu, que vivo apregoando que nada me interessa neste mundo mais do que as pessoas, passo pela vida sem deixar qualquer evidência concreta disso.

“Até os pecadores tratam bem os próprios amigos”, argumentou Jesus, mas não levava em conta exceções como eu. Eu trato mal os meus amigos. Trato mal os que me tratam bem.

Impossível expressar aqui a gentileza inabalável que me concedem o Hélio, o Marcelo, a Isa, a Alice, a Paula, para não mencionar praticamente todos os amigos e conhecidos. Já eu, de minha parte, nada faço para reagir à dedicação deles – quanto mais retribuir. Como bom patife, tomo por certa toda a atenção que recebo, distribuindo visitas de médico e doses homeopáticas de atenção – menos por afeto sincero do que para sustentar a minha imagem de bom moço.

Especialmente curioso, tendo em vista tudo isso, é que a oração que repito quase diariamente desde a adolescência é o pedido de poder dar a vida pelos meus amigos (querendo imitar o amor de que, segundo Jesus, não existe maior). É apenas em momentos de lucidez como este que percebo que, na minha cabeça, “dar a vida pelos amigos” fica reduzido a “oferecer meus ricos recursos em favor dos desprivilegiados”. Ou seja, minha presunção é a de permanecer sempre um pouco acima dos meus amigos, estendendo-lhes a mão do meu posto privilegiado, e nunca ao lado deles. Nunca como um deles. Posso abraçar as pessoas, mas não sou maduro o bastante para me identificar com quem quer que seja.

Dar a vida, desde que não seja necessário repartí-la com ninguém.

Aprendi, é claro, a acreditar em todas as mentiras piedosas que digo – e dizem – a meu respeito. Gosto de pensar que sou gentil e generoso, mas minha gentileza e generosidade são tão genéricas que não se aplicam a ninguém em particular – ou seja, ninguém pode contar com elas.

As gentilezas mais fundamentais me abstenho de produzir. Presentes, por exemplo. Meus amigos me cobrem de presentes, mas eu sou conhecido por não dar coisa alguma a ninguém. Nem mesmo uma bala. O Hélio tem sempre uma Coca-Cola, o Ivan uma barra de chocolate, a Carol um doce que ela fez, a tia Lauriza uma caixa de bombons aleatória (ou um pijama) – e assim por diante. Até mesmo meus sobrinhos queridos aprenderam a não esperar presentes de mim. Tirando tudo, minha sobrinha Paula me dá mais presentes (e mais valiosos, feitos com suas mãozinhas) do que dou a ela.

Costumo racionalizar essa escassez dizendo a mim mesmo que não sou apegado a coisas materiais e não quero que ninguém seja. Esse argumento naturalmente não sobrevive ao exame mais superficial – motivo pelo qual nunca o examino. Como prova a história das moedas da viúva, o desapego às coisas materiais não fica provado pelo quão pouco se tem, mas pelo quanto se dá.
{destaque meu - vanillha}
Para minha maior condenação, sou apesar de tudo tratado pelos outros como um rei. Não há ninguém que me recuse uma massagem nas costas – a mim, o patife; a mim, a farsa. O único que aprendeu recentemente a me tratar como mereço (para ver se tomo jeito e mesmo assim de forma mais suave), foi o Ivan – que dentre todos me conhece talvez mais.

Escrevi há alguns anos um uma peça de teatro muito superficial chamada O Ingrato, sobre um sujeito que reclama de tudo, incapaz de perceber os privilégios dos quais é cercado. Pois eu, que não reclamo de nada, sou muito mais ingrato do que ele e do que todos.

38 primaveras depois, o sujeito acorda descobrindo que é um cafajeste. Frodo tinha de pensar que Gollum ainda tinha esperança, mas devo ousar pensar o mesmo de mim?

O mal que não quero, esse faço, mas o bem que todos fazem não faço coisa alguma para imitar.

22 de ago. de 2010

Por todos

20 de ago. de 2010

Kierkegaard

Não me lembro quando li pela primeira vez algo desse cara. Mas com certeza foi algo que me marcou pois fui buscando mais informações e acabei querendo muito o livro "O desespero humano". Comprei. E logo comecei a ler. Que cult! É mas apesar da minha grande ânsia de ler o livro parecia cult demais pra mim... eu me esforcei pra ler mas cada parágrafo exigia uma leitura muito pausada e refletiva. Ainda não consegui ler o livro - que é pequeno - mas fiquei com a impressão de que sem ajuda não conseguiria tirar as idéias essênciais. Ou ainda talvez eu estivesse lendo esperando certas coisas que de fato não eram o que ele queria dizer... não sei.
Só sei que hoje encontrei um comentário sobre o Kierkergaar em http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/095/filosofia/tremor-580807.shtml.
Realmente Kierkegaard é alguém especial pra mim, ainda mais depois de conhece-lo melhor com esse texto.
Aqui deixo trechos de destaque pra mim.

"Alguém poderia argumentar: mas, antes de comer a fruta proibida, Adão desconhecia o bem e o mal; como poderia adivinhar que sua escolha traria milênios de desgraça? E é precisamente aí que se encontra a originalidade de Kierkegaard. Para ele, a cada momento de nossas vidas, somos como Adão no Paraíso, com o terrível pomo nas mãos, obrigados a fazer escolhas potencialmente catastróficas – e sem nenhuma força superior que nos guie e coordene, ou que ao menos nos impeça de errar. Distante de Deus, e perante a falência da razão, o homem carece das ferramentas necessárias para se assegurar de que escolhe o caminho certo. A angústia é, precisamente, a consciência dessa liberdade sem freios, sem bordas e sem qualquer segurança – a tontura diante do abismo de possibilidades que se abre diante de nós a cada segundo.

No entanto, Kierkegaard não vê a angústia como uma patologia a ser curada – para ele, meditar sobre nossa sombria companheira de viagem pode ser terapêutico. “Aprender a angustiar-se é uma aventura que todos têm de experimentar”, escreve Kierkegaard. “O homem educado pela angústia chegou ao supremo saber: ele compreende que não pode exigir absolutamente nada da vida; que o horror, o aniquilamento e a perdição moram ao lado, e que o mesmo ocorre com todos os homens”. A sabedoria existencial está em aceitar nossa insegurança como a outra face de nossa liberdade – uma espécie de barganha tácita entre Deus e suas criaturas. Condenado a dar saltos no escuro, o homem tem de assumir plena responsabilidade pelos inevitáveis erros de sua frágil inteligência – lembrando que, a cada segundo, pode enterrar os dentes, por engano ou distração, no fruto fatídico."

"“Se o homem fosse um animal ou um anjo, não sentiria angústia. Mas, sendo uma síntese, angustia-se. E tanto mais sente a angústia, quanto mais humano for"

Kierkegaard faz sentir-me mais humana!

;p

11 de ago. de 2010

Você não vê que se você não aprender amar Então você será, completamente, nada

I Little more - Shawn Mcdonald


Apenas mais um dia que se foi
Andando pelo corredor, eu vi um homem
Sentado com um copo em sua mão
Dizendo, "Ei, você não poderia me dar algo
Você não poderia me dar algo para comer?"

Eu olhei dentro dos seus olhos e
Eu vi que ele tinha uma história para contar
Mas eu saí andando com meus bolsos cheios, cheios de mudança
E eu disse, "Eu não tenho nada para você"

É hora de confessar que eu precio de um pouco mais
De Jesus dentro de mim, Jesus dentro de mim

Você não vê que Jesus era um desabrigado
Andando de cidade em cidade
Ensinando as pessoas como amar
Dando a sua graça e misericórdia
Dando a sua graça e misericórdia

Agora, Jesus era um amigo para o desamparado.
Amando sobre todas as coisas
Ensinando-os que havia mais
Mais do que eles estavam vivendo
Mais do que eles estavam vivendo

Você não vê que se você não aprender amar
Então você será, completamente, nada
Você poderia ser, absolutamente, incrível
Mas você seria nada.

8 de ago. de 2010

Nessa hora só precisa confiar e não estourar.

" E não havia água para a congregação; então se reuniram contra Moisés e contra Arão.
E o povo contendeu com Moisés, dizendo: Quem dera tivéssemos perecido quando pereceram nossos irmãos perante o SENHOR! E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? lugar onde não há semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem tem água para beber.
Então Moisés e Arão se foram de diante do povo à porta da tenda da congregação, e se lançaram sobre os seus rostos; e a glória do SENHOR lhes apareceu.
E o SENHOR falou a Moisés dizendo:
Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais.
Então Moisés tomou a vara de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado.
E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós?
Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais.
E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado."
Números 20.2-12.

Essa história de Arão e Moisés me incomoda. Acho que a carapuça me serve.
Moisés e Arão agiam certo diante de Deus, mas nesse momento eles perdem a paciência. Mas mais do que isso, acho que o que o Senhor diz "Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel" é que é o fundamento do seu erro.

Mais do que pensar que é triste Moisés e Arão não terem entrado na terra prometida, penso que Deus se relacionava com Moisés de uma maneira muito especial ("E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o SENHOR conhecera face a face;" Deuteronômio 34:10) e então Moisés deveria confiar e demonstrar isto.

Acho que agora entendo essa história... pena que a repito. Depois de tanta turbulência tudo começa ir muito bem, mas daí bata na rocha.

4 de jul. de 2010

Antigo testamento

“Aprendi a amar o Antigo Testamento porque expressa de forma muito precisa meus anseios interiores. Encontro nele um realismo a respeito da natureza humana que lamentavelmente está ausente de tanta propaganda cristã do tipo “Sorria, Jesus te ama”."
Philip Yancey em A Bíblia que Jesus lia

30 de jun. de 2010

sabedoria do fim de semana 2/3 - Servir: privilégio de poucos

Esse texto estava no boletim de domingo http://issuu.com/pibriopreto/docs/infopib_73. A Andressa me mostrou, porque viu que era do Ed Rene Kivitz, e ela sabe que eu gosto de ler/ouvir o que ele escreve. E não foi diferente dessa vez, é uma mensagem pra aprender uma grande lição da Bíblia.

Servir: privilégio de poucos
Pr. Ed René Kivitz

É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades. Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo. No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das ?pessoas importantes?, mas dos servos, até porque, governar é servir. No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.

Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer ?o trabalho sujo?, enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais.

Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.

A comunidade cristã - a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se "não existe amor sem dor", jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que "mais bem aventurada coisa é dar do que receber".

Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir de mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.

copiei de: http://jovensqueoram.blogspot.com/2008/08/ed-ren-kivitz-telogo-escritor-e.html

28 de jun. de 2010

sabedoria do fim de semana 1/3 - doída Inveja

Esse fim de semana teve palavras que me fizeram bem ouvir. Foram a mensagem de sábado a noite do pr. Samuel, a mensagem do boletim e o salmo da EBD de domingo de manhã. Começarei pelo salmo:

Salmos 73

[Salmo de Asafe]
Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.
Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos.
Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.
Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens.
Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.
Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar.
São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.
Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.
Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.
Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos.
Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;
Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.
Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.
Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.
Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.
Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins.
Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei como um animal perante ti.
Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita.
Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.
Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.
Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor DEUS, para anunciar todas as tuas obras.

24 de jun. de 2010

As contradições da prosperidade

Por Paulo Brabo - Estocado em Fé e Crença
"
Escrever sobre a teologia da prosperidade me deixou desconfortável e inquieto; não por achar o assunto irrelevante ou meu próprio tratamento dele impertinente, mas pela intuição de alguma contradição oculta que demorei quatro ou cinco dias para saber precisar.

A primeira coisa que me inquietou, e disso eu tinha consciência mesmo enquanto escrevia contra ela, foi ver o quanto a teologia da prosperidade é fácil de refutar. O testemunho da Bíblia como um todo e do Novo Testamento em particular pesam irresistivelmente contra todos os pressupostos dessa doutrina e contra todas as suas conclusões, com uma ênfase que espero ter sido capaz de pelo menos sugerir.

Mais difícil, e tenho pensado nisso nesses últimos dias, é explicar de que modo uma doutrina tão desconcertantemente contrária ao espírito cristão (e uso a expressão no sentido de “espírito de Jesus”) alcançou a popularidade que alcançou dentro de tantas facções da igreja formal. Nada é mais avesso à postura do Filho do Homem, como apresentado nos evangelhos, do que a ganância proposta por homens, justificada em nome de Deus e usada como ferramenta de manipulação.

Já foi observado que a teologia da prosperidade é manifestação de um cristianismo estelionatário populista; tudo nela foi projetado para atingir, manipular e defraudar as camadas mais pobres da população com a promessa de riqueza. Todos querem ficar ricos, mas em geral são os pobres ingênuos o bastante para comprar a promessa da riqueza incondicional – e parecem tornar-se especialmente vulneráveis à aquisição se a promessa vem embalada e adoçada com o discurso da devoção.

O que em geral deixamos de enxergar é que a teologia da prosperidade é apenas a versão menos sofisticada – e portanto mais honesta – de uma ideologia tão entranhada na postura da igreja ocidental que tornou-se em muitos sentidos indistinguível dela. Porque, numa igreja absolutamente rendida aos ideais do liberalismo econômico, todos querem ser ricos e não veem nada de errado nisso. Se de um lado as vítimas pobres da teologia da prosperidade perseguem a riqueza crendo que ela virá sem escalas da mão divina, os ricos e burgueses perseguem precisamente a mesma riqueza – apenas recusam-se a rebaixar-se à ilusão ou à fé de que ela virá de Deus e não de sua própria performance.

Nós que condenamos a imaturidade do mecanismo toma-lá-dá-cá da teologia da prosperidade buscamos sem cessar o mesmo resultado por outros meios. A maioria de nós nem perde o seu tempo associando a riqueza a Deus; estamos ocupados demais perseguindo uma e ignorando o outro. Da expressão “teologia da prosperidade” os mais articulados dentre nós sentem-se preparados para invalidar a parte da teologia, mas nosso modo de vida endossa sem equívoco a parte da prosperidade.

Dito de outra forma, a teologia da prosperidade só alcançou penetração entre os pobres porque a ideia subjacente – de que para um cristão ser rico é coisa honrosa, desejável e reverte em glória a Deus – estava há muito (digamos, desde a Reforma) presente na postura e nos discursos dos cristãos ricos e de classe média. Com nosso modo de vida fornecemos o fim; a teologia da prosperidade limita-se a vender os meios.

Porque não há como esconder: grosso modo, há duas posturas na relação do ser humano com a riqueza. A primeira é acumulativa, e pressupõe isolamento e escassez; a segunda é distributiva, e pressupõe comunhão e abundância. Se enxergamos com clareza a mesquinharia dos que seguem e propõem a teologia da prosperidade, não temos como negar que nossa postura é pelo menos tão acumulativa quanto a deles. Os cristãos mais ricos fornecem o modelo elitista e dinheirista que a teologia da prosperidade vem oferecer aos mais pobres.

Em conformidade com isso, há duas maneiras de se ler o Novo Testamento; a primeira finge encontrar nele justificativa para o modo acumulativo de viver e de lidar com a riqueza. Sua modalidade mais comum enfatiza a sabedoria e a soberania de Deus. Quem é rico, sustenta essa visão de mundo, não deve absolutamente sentir-se culpado por não participar da miséria do mundo; ao contrário, quem acontece de estar rico foi agraciado pelo favor insondável de Deus e incorre em grave erro se sentir-se inclinado a repartir o que tem. A tentação de abrir mão dos privilégios da riqueza equivale à tentação de resistir à vontade de Deus.

Segundo essa linha de pensamento, nenhum privilégio é injusto, porque são todos patrocinados pela soberania divina. Em vista disso, não cabe aos ricos assumir uma postura distributiva em relação à riqueza1, porque isso denotaria falta de fé na divina capacidade de transformar o mal em bem. Não sabemos os motivos da miséria do mundo, mas não devemos duvidar da bondade divina. É portanto por razões de devoção e fé, sustentam esses proponentes da prosperidade calvinista, que é necessário abrir mão de qualquer tentativa de corrigir o mundo. Mudar o mundo é, na verdade, rebeldia contra a divindade. Talvez pareça injusto que você seja rico e o seu próximo pobre, mas quem é você para julgar? Quem é você para questionar a soberania divina, que estabeleceu a distinção em primeiro lugar?

Em absoluto contraste com esse pensamento, o modo genuíno de se ler o Novo Testamento é encontrando nele um apelo constante e incontornável para que abracemos um modo distributivo de lidar com a riqueza. Assim falaram os profetas antes dele (“reparta o seu pão com o faminto, e cubra ao nu com vestido”), assim falou João Batista (“quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma”), assim falou Jesus (“tive fome e não me destes de comer”), assim fizeram os pioneiros do reino no livro de Atos (“tinham tudo em comum; e vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um”). Em cada caso e em todos os casos, a posição neo-testamentária com relação à riqueza é distributiva; que no Novo Testamento essa distribuição seja voluntária apenas contribui para confirmar a sua centralidade.

Semelhantemente, no Novo Testamento o impulso de reformar a sociedade não é jamais visto como rebeldia contra a vontade de Deus. Ao contrário; como vimos há pouco, o sentido mais essencial de “arrependimento” em Lucas/Atos é o de abraçar a vocação de mudar o mundo, no sentido de corrigir suas injustiças e anular os seus mecanismos de exclusão e de manipulação. A vocação do reino está em que somos enviados para corrigir a miséria do mundo com a mesma paixão que Jesus mostrou-se disposto a corrigir a nossa: esvaziando-se, repartindo-se, distribuindo-se – de modo a estar sempre conosco na mesa universal. Nossa conformidade com o espírito de Jesus corresponde rigorosamente à nossa disposição em seguir o trajeto dele em direção à generosidade e à pobreza. O Apóstolo disse-o da seguinte forma:

Vocês, que destacam-se em tudo, vejam que passem também a destacar-se na generosidade. Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vocês se fez pobre, para que pela sua pobreza fossem enriquecidos.

O que encontramos nesse “enriquecidos” diz absolutamente tudo sobre nós. "

http://www.baciadasalmas.com/2010/as-contradicoes-da-prosperidade/

21 de jun. de 2010

Além da religião

Não menospreze ter sido religioso; investigue plenamente como teve um genuíno acesso à arte.
Não é possível, exatamente com ajuda de tais experiências, explorar com maior compreensão enormes trechos do passado humano? Não foi precisamente neste chão, que às vezes tanto lhe desagrada, no chão do pensamento impuro, que medraram muitos dos esplêndidos frutos da cultura antiga?
É preciso ter amado a religião e a arte como a mãe e a nutriz – de outro modo não é possível se tornar sábio. Mas é preciso poder olhar além delas, crescer além delas; permanecendo sob o seu encanto não as compreendemos.
Nietzsche

18 de jun. de 2010

17 de jun. de 2010

Prosperidade

Os discursos ausentes: prosperidade
Por Paulo Brabo - Estocado em Manuscritos - http://www.baciadasalmas.com/2010/os-discursos-ausentes-prosperidade/

Essas são disputas de homens de entendimento corrompido, privados da verdade, que acreditam que a espiritualidade é fonte de lucro.
Porque nada trouxemos para este mundo, e daqui nada podemos levar: tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na ruína e na perdição.

1 Timóteo 6:5,7-9

Os homens inventam as religiões a partir do que sabem do seu tráfico com outros homens; é por isso que nas religiões deste mundo nada é de graça. Mudam os deuses e suas exigências, mas tudo permanece uma questão de toma-lá-dá-cá. A “religiosidade empírica”, de que os sociólogos encontram traços em todas as tradições religiosas, é precisamente essa “crença de que o culto apropriado traz recompensa tangível no presente mundo, na forma de benefícios materiais como saúde, prosperidade, sucesso ou fama”1.

Desde que surgiram em cena, portanto, os deuses tem sido cultuados pelo que tem a oferecer. Recompensa tangível. Benefícios materiais. Dessa forma os homens aprenderam a seduzir e apaziguar com ofertas os deuses dos elementos, da colheita e da reprodução, porque dependiam da continuidade de suas dádivas para sobreviver. Aprendemos a nos dobrar diante dos deuses pela mesma razão que um bando de gorilas se dobra diante de seu líder: não por verdadeira simpatia, mas porque seu poder tem potencial tanto para nos destruir quanto para nos proteger. Se o deus cultuado não se mostrava capaz de garantir a prosperidade do grupo, convinha transferir a devoção para divindade mais capaz. Vencia o deus com o maior pênis ou o braço mais formidável.

O Deus de Israel, que se propunha digno de adoração por atributos morais como justiça e misericórdia, foi desde o início grave exceção no panteão; um deus que se prezasse deveria destacar-se por suas especialidades, pelos seus caprichos e pelo terror induzido pelo seu poder. Nada havia de ético na devoção que as divindades requeriam e na recompensa que ofereciam aos seus cultuantes. O Deus de Israel produzia embaraço entre seus pares porque deixava claro que se deleitava em que seus adoradores fizessem a coisa certa; enquanto os demais deuses aceitavam suborno e desconheciam particularidades morais, apenas a integridade parecia angariar o favor de Iavé.

Apesar dessa distinção, em muitas passagens do Antigo Testamento o Deus de Israel é ainda apresentado ou interpretado como um macho alfa tremendo e irascível, absolutamente pronto a defender seu território e seu bando esmigalhando qualquer intruso e qualquer competição – figura distinta das outras divindades em extensão de poder mas não em temperamento. Foram necessários os profetas para apontar além de qualquer dúvida a singularidade ética que, explicavam eles, já fazia parte do caráter divino desde o princípio.

Os profetas revelaram ainda que Deus não encontra prazer nas ofertas e sacrifícios materiais que possam apresentar-lhe os homens; mais do que isso, Deus não se vê obrigado a honrar essas ofertas, porque – e aqui fica patenteada a sua singularidade – o que o satisfaz é “misericórdia, não sacrifício”.

Apesar dessas revelações, foi necessário Jesus para escancarar a verdade final diante de uma humanidade estarrecida: a de que Deus absolutamente não tem favoritos e não cede absolutamente a barganhas. Em Jesus fica explicitado que o critério divino é a graça, isto é, seu próprio cavalheirismo e inclusividade, segundo os quais ele “derrama o seu sol sobre justos e injustos”. A reviravolta está em que nem mesmo a integridade pode angariar o favor de Deus, porque a Deus basta a sua; diante da escala dessa verdade, as prostitutas chegam ao paraíso antes dos religiosos de carteirinha. Na verdade, a integridade divina fica revelada em sua graça e sua ausência de critérios; para sermos íntegros como Deus é íntegro será necessário que sejamos inclusivos como Deus é inclusivo. Arrepender-se – mudar de mentalidade – é engolir e passar a aplicar essas exigentíssimas realidades.

Jesus, portanto, gastou sua vida para anunciar a boa nova da graça, demolir a espiritualidade empírica da barganha e dissociar o nome de Deus da teologia do toma-lá-dá-cá. Os cristãos gastaram dois mil anos para anular os esforços dele: a teologia da barganha que Jesus morreu para matar está muito viva, sequestrou o nome dele para os seus propósitos e se chama em alguns lugares teologia da prosperidade.

Até meados da Idade Média a religiosidade popular cristã fazia coro com os evangelhos em sua celebração da simplicidade e condenação da ganância; seus heróis eram o próprio Jesus e São Francisco de Assis. A Reforma, que nasceu junto com o capitalismo, mudou esse cenário com um discurso que incentivava o lucro, o empréstimo a juros e a acumulação de riquezas. Porém foi só no século XX, com a vitória final do liberalismo econômico, a forma mais selvagem e sem rédeas de capitalismo, que um discurso teológico encontrou brecha para glorificar declaradamente a ganância, ao mesmo tempo em que finge ter alguma relação com a herança de Jesus.

Quer estejam falando a um grupo de empresários ou a uma congregação de favelados, os proponentes da teologia da prosperidade dirão essencialmente a mesma coisa: que é vontade de Deus, com aprovação de Jesus e garantia do Espírito Santo, que seus ouvintes sejam dali em diante ricos e bem-sucedidos em seus negócios. Invariavelmente, o caminho para essa incontrolável prosperidade passará por uma demonstração financeira de fidelidade por parte do candidato. “Dê a Deus uma quantia x“, insistem eles, “e Deus irá compensá-lo com 10 vezes x ou mais”. Quem recusa-se a apresentar uma oferta financeira é imediatamente culpado de falta de fé; será fatalmente punido com retorno nenhum ou, quem sabe, com a inadimplência completa.

Numa instância paralela, muitos pastores afirmam que a prosperidade garantida por Deus se estende à saúde física. Assim, se o seu filhinho de três anos está doente, ou se você tem epilepsia, a culpa é da sua falta de fé; essa sua incredulidade só uma fidelidade radical se mostrará capaz de corrigir.

Diante desses discursos, o desafio da fé permanece sempre em aberto, e a mão do pastor sempre estendida. Quem quiser “ver a obra realizada” vai ter de molhar a mão do obreiro.

Para refutar essa doutrina bastaria qualquer página do Novo Testamento, se seus proponentes se sujeitassem a elas. Do começo ao fim o rabi de Nazaré viveu uma vida simples e explicou que não ajuntássemos tesouros da terra; não foi poupado das adversidades, ensinou a humildade e desviou-se constantemente das armadilhas de prosperidade que armou-lhe o diabo.

Para não abandonar o eixo Lucas/Atos, o Jesus de Lucas explode com um muito claro “bem-aventurados os pobres” (ao contrário de Mateus, que adiciona o atenuante “de espírito”), e acrescenta: “mas ai de vocês que são ricos, porque já receberam a sua consolação”. Mais tarde, neste mesmo livro de Atos, Paulo e Barnabé dirão aos novos discípulos que tenham paciência diante das adversidades, porque “por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus”.

Porém não haverá testemunho maior contra a teologia da prosperidade do que o contraste fornecido pela própria narrativa. No livro de Atos os seguidores de Jesus serão presos, perseguidos, espancados e mortos. Serão acusados injustamente e levados a tribunais. Sofrerão naufrágios, derramarão sangue, tomarão chuva, perderão amigos, serão expulsos de cidades, perderão seus empregos. Em vez de buscá-lo para si, o que farão é denunciar aos poderosos os riscos e ilusões do poder. Em vez de acumularem riquezas, o que farão continuamente é despojar-se delas em favor uns dos outros.

Recusar-se-ão a buscar a segurança e a aprovação o que mundo busca. O que pedirão a Deus não é que sejam poupados da perseguição, mas que sejam encontrados pela morte fazendo a coisa certa. Representarão consistentemente uma formidável contra-cultura, uma ameaça subversiva a tudo que o mundo considera admirável, sensato e prioritário.

Porém, acima de tudo, são sua generosidade e inclusividade que se manterão não-condicionadas. É nisso que estarão sendo testemunhas de Jesus e nisso, se tudo der certo, consistirá o seu testemunho.

Os que defendem a teologia da prosperidade lembram incessantemente que a Bíblia ensina que os ricos devem ser generosos, e declaram que isso justifica por si só a busca pela riqueza; o livro de Atos lembra incessantemente que a generosidade não requer justificativa e não está condicionada à riqueza, sendo muitas vezes tolhida por ela.

A vida, o abraço, a companhia, todos tem para dar; para os ricos só é mais fácil esquecer.

12 de mai. de 2010

Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, não lhe negues também a túnica. Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames.
Assim como quereis que os homens vos façam, do mesmo modo lhes fazei vós também.
Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que mérito há nisso? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito há nisso? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

Lucas 6: 27 a 36

Pecar é omitir-se

Por   Paulo Brabo    Estocado em Manuscritos
                                                                http://www.baciadasalmas.com/2010/pecar-e-omitir-se/


Este é o momento em que o mais desatento dos leitores desta série deverá ser capaz de me acusar de parcialidade, porque terá percebido que estou falando o tempo todo em espírito subversivo, em comunidade inclusiva e mudar o mundo, e não reservei qualquer espaço ou qualquer ênfase para falar de pecado ou de condenação (que é sua consorte) ou de salvação (que é o seu algoz). Quem me acompanhou até aqui poderá ter a impressão de que a boa nova que encontro nos evangelhos e neste livro de Atos apregoa menos uma religião a ser adotada (ou uma salvação a ser apropriada) do que um movimento revolucionário, com conotações vagamente hippies, cuja imoderada ambição é derrubar preconceitos, desarmar impérios e corrigir desigualdades ancestrais tendo um sonho por capacete e uma flor por espada. Meu leitor poderá pensar que vejo o cristianismo deste primeiro século como uma conspiração radical e pacífica, soprada do céu mas com consequências muito práticas e exigentes neste nosso mundo; um movimento humanitário e humanizador cuja marca mais visível e consistente era a promoção de toda sorte de inusitada reforma social, tendo em vista a criação de uma nova e radicalmente inclusiva estirpe de comunidade, pelo uso indiscriminado e intransigente da (sempre perigosa) ferramenta da paz e do amor. Poderá concluir que é mais ou menos isso que, na minha visão, Jesus entendia por reino de Deus.
E pensando assim não estará muito longe da verdade.
Porém mesmo quem se mostrou capaz de concordar comigo que para Lucas arrepender-se é mudar o mundo pela via da inclusão social (e não, como costumamos pensar, “abandonar o pecado” em qualquer sentido convencional) pode não resistir à indelicadeza de me lembrar que o batismo, tanto no livro de Atos quanto no evangelho do mesmo autor, é declaradamente administrado “tendo em vista a absolvição dos pecados”.
É precisamente o que Pedro acaba de dizer em sua resposta exemplar aos romeiros do Pentecostes (Atos 2:38), e é assim que Lucas descreve o batismo administrado por João durante o seu ministério (Lucas 1:77, 3:3). Não há como escapar que, para o autor de Lucas-Atos, o batismo (quer entendido como mergulho na água, na comunidade dos discípulos ou no espírito de Jesus), possibilitava Nossos pecados mais graves são os nossos pecados mais frequentes e mais públicos – e também os mais invisíveis.por si mesmo o resgate ou absolvição dos pecados – ou estava, pelo menos, irreparavelmente associado a esse indulto.
Como que para reforçar essa vitória final sobre a transgressão e o ingresso num novo modo de vida (movimento duplo que, afinal de contas, consiste na leitura usual que fazemos do batismo), Pedro conclui sua resposta exemplar com essa mesma ênfase no pecado: “salvai-vos desta geração perversa” (v. 40).
Não estarei então, com essa história de paz e amor e de reforma social, sendo culpado de dourar a pílula e de minimizar as ênfases dos apóstolos na necessidade de uma nova vida de pureza não apenas social mas pessoal (ou, para chutar o pau da barraca, já que é nisso que estamos sempre pensando, pureza sexual)?
Quando Lucas fala em “remissão dos pecados”, de que pecados estamos falando?
Podemos, sem forçar nem um pouco a mão, supor que nos versos acima a “remissão (ou absolvição) dos pecados” refere-se a toda sorte de transgressões – das mais ligeiras às mais severas, das mais enraizadas às mais recentes, das mais distraídas às mais fogosas; podemos ainda, como fizemos há alguns parágrafos, supor que incluía tanto as faltas que podiam ser canceladas pela apresentação de sacrifícios quanto aquelas que nenhuma oferta podia apagar.
Porém não temos como saber ao certo, porque ninguém nos evangelhos ou no livro de Atos rebaixa-se a fazer uma lista de pecados ou a dividi-los em classes ou categorias. Fomos nós que mais tarde nos alçamos a preencher essa lacuna e empreendemos uma temerária tabulação (e talvez não exista pecado maior).
Isso não quer dizer, no entanto, que não haja indicação muito clara, nos evangelhos, de quais são na visão de Jesus e de João Batista os pecados mais condenáveis – porque temos de supor que as faltas que mais frequentemente reprovam representam para eles também os pecados mais graves. E, para surpresa e embaraço dos que se afirmam representantes legítimos da sua herança, os pecados que Jesus e seu precursor consistentemente denunciam não são aqueles que chamamos “da carne” – a promiscuidade, o adultério, a luxúria, a gula, a embriaguez e suas criativas e embraçosas variações, – nem os pecados que classificamos como espirituais – a idolatria, a incredulidade, a impenitência e seus et ceteras.
Para Jesus, nossas faltas mais graves são justamente os nossos pecados mais frequentes e mais públicos – e também os mais invisíveis, aqueles que precisamos de uma epifania, uma poderosa e inclemente intervenção exterior, para sermos capazes de enxergar. Porque para ele os pecados realmente graves não são os que promovem as distrações da carne ou as atrofias da irreligião, mas os que dizem respeito às relações entre as pessoas. Pecar não é rebaixar-se ao sensorial ou negar-se a dobrar-se à devida evidência; pecar é recusar-se a ser como Deus, e recusar-se a ser como ele é recusar-se a oferecer indiscriminadamente a misericórdia. Pecar é sonegar um abraço, um curativo e um lugar à mesa.
O incrível é que essa sua opinião seja endossada sem ressalvas por ninguém menos que João Batista, o asceta e o outsider, o profeta que pelo que sabemos não conheceu o abraço sexual, que se vestia de pelos de camelo, vivia monasticamente no deserto e recusava-se a se alimentar do que não lhe fosse entregue sem intermediários pela natureza. Como vimos há pouco, o próprio João Batista, embora mantivesse a sua sob controle, recusava-se a imprimir qualquer ênfase sobre os pecados da carne; os frutos do arrependimento que ele reconhece e recomenda dizem todos respeito à aplicação da misericórdia e da justiça na relação entre as pessoas1.
No Novo Testamento o pecado a ser abandonado, perdoado e corrigido está invariavelmente ligado à qualidade da nossa relação com o outro. Abandonar o pecado (ou, alternativamente, “vencer a carne”) é adotar um modo de vida e de pensar justo e igualitário, e talvez nenhum outro evangelista se esforce para deixar isso mais claro do que o autor de Lucas-Atos.
Já vimos que a questão da generosidade e da distribuição igualitária de recursos está no cerne da parábola do rico e do Lázaro (Lucas 16:19-31). Mas a inclusividade e a misericórdia são também as lições de outra parábola peculiar a Lucas, a história do bom samaritano (10:33-36). Tecnicamente o levita e o sacerdote não cometeram pecado algum passando ao largo do homem ferido na estrada; ao contrário, não seria fora de tom, naquele tempo, elogiar o zelo dos dois em manter a pureza ritual e, consequentemente, sua aptidão para participar do culto no Templo. Ao apresentar a generosidade sem critério e sem medida do samaritano que passou em seguida, Jesus está explicando (a seu modo sempre transversal) que o pecado dos dois primeiros não foi, incrivelmente, de natureza positiva, mas negativa. Ambos se tornaram condenáveis não por algo que fizeram, mas por algo que deixaram de fazer. Seu pecado foi omitirem-se.
Essa preocupação com a correção das injustiças sociais é um dos temas centrais da doutrina de Lucas. Como vimos, é apenas Lucas que explica que os frutos do arrependimento são demonstrações de generosidade e justiça. É apenas Lucas que faz Jesus dizer aos discípulos (e não apenas ao jovem rico) “vendam o que possuem e dêem como esmola” (12:33). A inclusividade e a misericórdia são ainda a chave da parábola (também peculiar a Lucas) do filho pródigo (15:11-32). É apenas Lucas que conta a história de Zaqueu (19:1-10), que viu a face da salvação no dia em que decidiu restituir as injustiças econômicas que havia imposto aos submetidos à sua influência. E, como estamos prestes a ver, esta ênfase humanitária e igualitária se estenderá muito inequicamente livro de Atos adentro.
E, embora seja Lucas a escancarar o tema, será preciso lembrar que este assunto e esta ênfase não são de modo alguma exclusividade sua. Para levantar um único e espetacular exemplo, basta lembrar a última porção (25:31-46) do último discurso público de Jesus registrado no evangelho de Mateus. Aqui o rabi de Nazaré está muito declaradamente separando ovelhas de bodes: a triagem final está sendo feita entre os que serão admitidos no paraíso e os que serão lançados sem trâmite no inferno. E, inacreditavelmente, na opinião de Jesus os pecados que merecem o inferno não são, nenhum deles, convencionais ou positivos. Neste que é o último momento e definitivo momento, o filho do Homem (e portanto o próprio Deus) não reserva uma palavra de condenação para os idólatras, os apóstatas, os adúlteros, os lascivos e os incrédulos. Escandalosamente, na cena final os condenados não são os que fizeram o que não era permitido, mas os que deixaram de fazer o bem ao próximo – “porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes”.
A última mensagem de Jesus na narrativa de Mateus é, portanto, a mesma tão calorosamente avançada por Lucas ao longo do seu próprio evangelho e da sua continuação. Para nós a reviravolta reside em que, ao contrário de tudo que a tradição cristã levou-nos a pensar nos séculos que nos separam dos dias do Filho do Homem, pecar não é fazer o proibido: pecar é omitir-se. “Sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim”.
E ele não hesita em pontuar singelamente: “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos [isto é, os que não se omitiram] para a vida eterna”.
Uma das tremendas singularidades dos evangelhos, portanto, está na sua insistência e na sua consistência em sugerir que todos os pecados são sociais – ou melhor dizendo, todos os pecados dizem respeito às relações interpessoais.
Esta realidade está encapsulada nos dois mandamentos que Jesus reconheceu como estando acima de todos os outros, as injunções de amar a Deus (sobre todas as coisas) e amar ao próximo (como nós mesmos). Se são esses os grandes mandamentos, são essas também as grandes transgressões. Pecar não é avançar contra o que é proibido, é mostrar-se em falta com as pessoas.
É por isso, naturalmente, que arrepender-se é abraçar a inclusividade e a misericórdia; porque fazer isso é deixar, finalmente, de pecar contra Deus e contra o próximo. É evidentemente isso o que Pedro está dizendo com este “salvai-vos desta geração perversa” – isto é, desassociem-se por completo do modo exclusivo/egoísta de viver e de pensar das pessoas deste mundo. E que Pedro cria que a alternativa à perversidade do mundo são a inclusividade e a generosidade (e não, digamos, o ascetismo e a religiosidade), ficará muito claro no que acontecerá depois.

4 de mai. de 2010

Toda palavra é incapaz de representar as implicações do reino

Notas para uma leitura de Paulo     Por   Paulo Brabo Estocado em Manuscritos

Se Jesus nos ensinou a sermos homens para nos tornarmos filhos de Deus, Paulo nos ensinou a fazer uma ampla releitura da cultura e da história de modo a salientar a abrangência, a singularidade e a relevância do evento messiânico. Do mesmo modo que Paulo achou necessário empreender uma reinterpretação radical do judaísmo a fim de destacar (sem esgotá-los) os significados da obra de Jesus, devemos com o mesmo propósito sujeitar a uma reinterpretação radical o cristianismo e portanto nossa própria cultura. Nesse sentido são inteiramente válidas as críticas “pós-modernas” à história do cristianismo e a uma leitura tradicional ou condicionada do texto bíblico, mesmo quando o alvo dessas críticas é o caráter historicamente condicionado do próprio Paulo. Nenhum discurso é capaz de esgotar aquilo de que Jesus nos libertou ou as implicações da vida, morte e irradiação de Jesus para a nossa postura e nossa disposição cultural em cada momento da história; o Apóstolo seria o primeiro a concordar.
Paulo nos ensina não apenas que a elucidação de Jesus não alcança sua consumação no discurso de Paulo, mas que toda palavra, sendo em alguma medida proferida pela carne, será incapaz de adequadamente representar as implicações do reino, porque a carne é historicamente condicionada. Só o espírito, que sopra onde quer, poderá infundir na compreensão contemporânea da boa nova a suficiente graça. A letra mata, mas o espírito confere vida. O reino não consiste na palavra, cujo significado qualquer um pode sequestrar, mas na pura e intangível e subversiva e cavalheiresca e gentilíssima e inextinguivelmente generosa Intenção que é seu poder.
Nos primeiros séculos alguns cristãos chegaram à conclusão que para sobreviver o cristianismo requeria incessante defesa diante de ideias que competiam com ele pela primazia, e se tornaram por essa razão apologistas/defensores. Nas últimas décadas alguns cristãos chegaram à conclusão que para que a pérola de Jesus possa ser apreciada em sua pureza e singularidade, o próprio cristianismo não deve estar imune a críticas e ataques de dentro e de fora. Os primeiros achavam que ser como Paulo é tornar-se argumentador como ele; os últimos, que ser como Paulo é aprender com ele a exaltar a singularidade de Jesus em detrimento de todo o resto. O que confirma a validade do reino não são as muralhas de discurso que os articulados levantam para protegê-lo, mas a inargumentável irradiação de Jesus que despejam no mundo os menores de seus discípulos. Importa que Jesus cresça e que o cristianismo – abstração que Paulo provavelmente não reconheceria – diminua.

15 de abr. de 2010

Deus antigo

Deus

"NATAL E fim de ano, Deus está no ar, em meio à fúria do consumo e das expectativas.

Mas antes de falar coisa séria, uma palavrinha: adoro a inércia do fim de ano. As pessoas ficam preguiçosas, sem pressa. Escorregam lentamente para a praia ou o campo, ou para a cidade que se esvazia. Época de sexo fácil e solidão em grandes quantidades. O que antes era eficácia e ambição perde a forma e vira imprecisão, sono, bebida e comida, horas a fio sem objetivo. Este colunista que vos fala está com o que a sabedoria popular chama de “uma gripe do cão”.

A cabeça pesando quilos, febre, tosse, espirros, enfim, com todas as vantagens que uma gripe nos dá: contemplação do teto e das paredes, noites mal dormidas, o direito honradamente adquirido de fazer nada e de demandar tudo da mulher apaixonada pelo doente. Um presente de Natal.

A doença não implica necessariamente incapacidade. Pelo contrário, a desordem fisiológica pode abrir portas para percepções incomuns. As religiões antigas bem o sabem, com seus jejuns, poções “mágicas”, mantras, orações intermináveis, música, vigílias no deserto e na solidão. Tudo visando estados alterados de consciência. Há uma dimensão da vida que está distante da banalidade cotidiana, e isso nada tem a ver com essa coisa barata chamada “espiritualidade quântica”.

Tem gente que jura que Deus morreu. Tentativas de matar Deus foram feitas, e por gente muito capaz. Nietzsche tentou nos convencer que quem crê em Deus tem medo da vida. Ressentimento é a palavra. O horror cósmico faria de nós covardes. E mais: Deus nos tiraria o Eros, o desejo pela vida. Mas você pode ser um brocha diante da vida e ser ateu.

Freud quis provar que crer em Deus revela o retardado assustado que vive no adulto. Mas Freud bem sabia que ateus e crentes retardados desfilam pelas ruas em busca dessa coisa superestimada chamada “felicidade”. Marx jurou que ganham dinheiro com a fé em Deus. Mas se ganha dinheiro com tudo, amor, sexo, ódio, arte, basta dar sorte, enganar os outros ou trabalhar com afinco.

Infelizmente, há muita teologia que ajuda a matar Deus. Deus me livre da teologia de vanguarda. Se, na arte, a “vanguarda” serviu pra justificar quem não sabia pintar, escrever ou fazer filmes, na teologia, serviu para fazer de Jesus um personagem de novela das oito. Nada contra a teologia, ao contrário, julgo-a uma disciplina essencial para nos ensinar a ver o invisível. Mas, como disse Heine em relação aos teólogos de sua época, “só se é traído pelos seus”.

Fernando Pessoa, em seu desassossego, diz que não aderiu ao culto da Humanidade, essa mania dos modernos, porque sendo ela, a humanidade, nada além do que uma espécie animal, adorá-la é adorar um conjunto de corpos humanos com cabeça de bicho. Portanto, uma reles forma de paganismo. Dizia o poeta que sendo Deus improvável, adorá-lo é sempre menos ridículo.

Outro grande escritor português disse recentemente que a Bíblia é um livro ruim e que não deve ser lido. Bobagens desse tipo, cheias de glamour, são repetidas ao sabor da ignorância comum. Mas devemos ter paciência com ele, afinal ninguém precisa entender de tudo.

Mesmo em pessoas inteligentes, Deus se mistura com todo tipo de trauma infantil ou raiva do pai ou da mãe ou do patrão.

Muita gente grande fica com cara de criança brava e mal amada quando se fala de Deus. No fundo é a velha carência humana gritando contra a indiferença cósmica se revelando em “crítica a Deus” e não em “fé em Deus”, como diriam os nietzschianos de plantão. Outro erro comum: Deus faz os homens matarem. Mentira: matamos porque gostamos de matar. O século 20 provou de modo cansativo que Deus não é necessário para matarmos milhares de pessoas, basta uma “boa causa”.

A teologia feminista diz que “a Deusa” existe para punir o patriarcalismo. A teologia bicha (Queer Theology) se pergunta: por que Jesus viveu entre rapazes, hein? Alguns latino-americanos vêem Nele um primeiro Che, hippies viam um primeiro Lennon, outros, um consultor de sucesso financeiro. Ufólogos espíritas dizem ser Ele um extraterrestre carinhoso.

Prefiro o cristianismo antigo (prefiro sempre as religiões velhas). Um Deus que sente dor e morre por amor a quem não merece é um maravilhoso escândalo ético. O Cristo antigo é um clássico. Melhor do que essas invenções da indústria teológica de vanguarda, feitas para o consumo moderno."

Luiz Felipe Pondé, na Folha de S.Paulo. [via PavaBlog]

a letra é.... :)




e sky is grey and the light is far O céu está cinza e a luz está longe
The sea is a rage within my heart O mar está raivoso no interior do meu coração
I turn my sight to the crashing waves Dirijo a minha visão para o bater das ondas
I cry in the night just to be saved Eu choro à noite só para ser salvo
I need eyes to be my guide Eu preciso de olhos para serem meus guias
I need a voice that’s louder than mine Eu preciso de uma voz que seja mais alta que a minha
I need hope I need You Eu preciso de esperança, eu preciso de Ti
Cause I can’t do this alone Pois eu não posso fazer isso sozinho
Grace I call Your name Graça, eu chamo Teu nome
Oh won’t Your smile fall over me Oh, não irá Teu sorriso cair sobre mim?
I’m cracked and dry on hands and knees Estou rachado e seco nas mãos e joelhos
Oh sweet grace rain down on me I need You grace Oh doce graça chova em mim, preciso de Ti, graça
I pray for dawn a new day to live Eu oro pelo amanhecer, um novo dia para viver
I pray for mercy only Jesus gives Eu oro por misericórdia que só Jesus dá
Though darkness falls and a million cry Embora a escuridão caia e um milhão chore
I believe over all there’s a greater light shining for us Eu acredito que acima de tudo existe uma luz maior brilhando por nós
Come down and save meDesça e me salve

5 de abr. de 2010

Extensão da minha liberdade

“Torno-me verdadeiramente livre quando abro minha vida para os outros e a compartilho com eles, e quando outras pessoas abrem suas vidas para mim e as compartilham comigo. A outra pessoa deixa então de ser uma limitação da minha liberdade e passar a ser uma extensão dela”
Moltmann